Migração garante vida longa às informações digitais

Não vou fazer aquele discurso repetitivo de que é necessário fazer cópias dos arquivos do computador regularmente e yada yada. Meu ponto é sobre algo que a maioria geralmente esquece: a importância de atualizar esses backups. Não basta fazer cópias de segurança em CD, DVD, outro disco rígido ou na Internet. É necessário também garantir que você vai conseguir acessar esses arquivos no futuro. Kevin Kelly chama isso de “Movage” (via Wired).

Dois problemas que tive recentemente podem servir de exemplo para demonstrar a importância de ter backups sempre em dia:

Falta de suporte ao formato .qic no Windows XP.
Na época em que o disquete era rei, o software Backup (que vinha com o Windows 9x/Me) era uma ótima opção para fazer cópias de segurança: ele transformava tudo o que precisava ser copiado em vários arquivos no formato .qic, um para cada disco. Esse formato, porém, deixou de ser utilizado a partir do Windows XP. Sobraram poucas opções para conseguir extrair os arquivos originais de um arquivo .qic.

Arquivos gravados em CD que não abrem mais.
Em 2001, gravei alguns vídeos em um CD-ROM. Como a mídia era boa, funcionou perfeitamente a curto prazo (quando o CD-ROM é de má qualidade, os problemas de leitura aparecem pouco tempo após a gravação). Esqueci que esse CD existia e só fui lembrar dele agora, em 2009. Ainda consegui abrir muitos dos arquivos, mas alguns se tornaram irrecuperáveis.

Podemos dividir, então, os problemas em duas categorias: os de suporte físico (CD, disco rígido, DVD, etc.) e os de formato do arquivo digital. Para que sua sorte seja maior que a minha, é importante:

Verificar regularmente a mídia.
Coloque-a no computador e tente rodar os arquivos. Ao menor sinal de que algo está errado, transfira imediatamente todo o conteúdo para um novo local. Dois a três anos é um período seguro para manter arquivos em CDs ou DVDs antes de precisar trocá-los.

Escolher um formato de arquivo confiável e ficar atento à obsolescência.
Opte por formatos suportados por vários programas e sistemas operacionais (PDF e TXT para texto, JPEG para imagens, MP3 para músicas, etc.) e que, de preferência, já estejam sendo usados há algum tempo. Evite formatos de backup ou compressão de arquivos; se precisar usá-los, ZIP ou RAR são as melhores opções. Verifique regularmente se você ainda consegue abrir o arquivo ou se ele já está ficando obsoleto e faça a migração para outro formato assim que for necessário.

Se seus arquivos estão nas nuvens
(em algum serviço online como o Gmail, por exemplo), garanta que esta não é a única cópia e fique atento para notícias de descontinuação de serviços. Em caso positivo, providencie imediatamente uma transferência para outro site ou para o seu computador.

Preservar arquivos digitais não é mesmo uma tarefa fácil… Contudo, se você lembrar que os formatos vão mudando e que as mídias vão se desgastando, é possível guardar aquelas fotos das férias na Disney para mostrar para os seus netos no futuro.

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